A boa mesa é farta, generosa. Aqui compartilho sabores, lugares, pessoas, impressões...
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Medalhão ao molho de vinho tinto
Dá para acreditar que é possível fazer uma carne suculenta como essa em apenas 20 minutos? Basta grelhar o mignon no ponto desejado, preparar o molho e servir com arroz e um purê, ou fritas com farofa... ovo frito.... humm... precisa mais? Escolha um vinho tinto seco de boa qualidade (não vale Sangue de Boi, Chalise e outros do gênero, por favor, tá?). Eu misturei uma parte de tinto com vinho do Porto, porque adoro o sabor adocicado desse vinho fortificado. E se quiser usar somente o Porto, também fica ótimo. Para fazer um filé mais caprichado, você pode envolvê-lo em tiras de bacon e amarrar com barbante, antes de grelhar. Depois é só levar ao forno para terminar o cozimento e não esquecer de retirar o barbante na hora de servir. (Sim, porque ninguém precisa ganhar o prato já com fio dental...). Então chega de papo e anote aí a receita para impressionar os amigos carnívoros no próximo jantar:
Medalhão ao molho de vinho tinto
(2 porções)
1 peça de 500 g de filé mignon
Sal e pimenta do reino a gosto
Azeite para grelhar
Para o molho
80 ml de vinho tinto seco (ou Porto)
120 ml de caldo de carne
40 ml de vinagre balsâmico
Sal a gosto
1 colher de chá de manteiga gelada
Preparo:
Corte o filé mignon em medalhões com cerca de 200 g cada (2 dedos de espessura, mais ou menos). Tempere com sal e pimenta. Em uma frigideira, coloque um fio de azeite e grelhe os medalhões dos dois lados. Retire e leve-os ao forno preaquecido a 180ºC para terminar o cozimento e não ficar cru no interior.
Enquanto isso, prepare o molho na mesma frigideira em que grelhou os filés. Coloque o vinho e deglace com uma espátula. (Deglaçar significa usar um líquido para desprender do fundo da panela o que restou da carne assada, grelhada ou frita. É a base para o preparo do molho pois concentra o sabor da carne). Adicione o vinagre balsâmico, o caldo de carne, e deixe reduzir, por cerca de 15 minutos, ou até o molho encorpar. Tempere com sal e desligue. Fora do fogo, adicione a manteiga bem gelada, misture rápido até incorporar e sirva o molho sobre a carne.
(A manteiga dá consistência e brilho ao molho. Quando colocá-la, não volte a panela ao fogo!).
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Pão de azeitonas
Para ficar com água na boca, essa é uma das receitas que estamos produzindo nas aulas de Panificação II, com o talentoso chef Dario Vianna. É uma delícia botar a mão na massa, ainda mais de uma maneira tão descomplicada e relaxada como ensina o nosso mestre! Nem todos os pães podem ser reproduzidos em casa -- alguns, como o tipo italiano, exigem vapor para formar aquela crosta na superfície. Aí o forno caseiro não dá conta... A maioria, felizmente, pode ser feita sem problemas: uma ótima pedida para servir no couvert quando fizer um jantar especial, ou simplesmente devorar na hora do lanche.
A seguir, seguem as fotos das fornadas produzidas lá no curso e a receita facílima do pãozinho de azeitonas!
Pão de Azeitonas
500 g de farinha de trigo
40 g de fermento biológico fresco
20 g de açúcar
5 g de reforçador (é vendido em padarias)
160 ml de água
40 g de gema de ovo (equivale a 2 gemas)
50 ml de azeite
10 g de sal
200 g de azeitonas verdes sem caroço, fatiadas
Preparo
Leve à batedeira (usando o gancho, próprio para bater massas pesadas e pães) a farinha, o fermento, o reforçador e o açúcar. Bata até misturar os ingredientes.
Acrescente as gemas e a água e bata na primeira velocidade por 5 minutos.
Incorpore o azeite e o sal. Bata na segunda velocidade por 8 a 10 minutos, até que fique homogênea e macia. Retorne à primeira velocidade e junte as azeitonas fatiadas. Misture bem.
Deixe a massa descansar, coberta com filme plástico, por 20 minutos.
Divida em porções de aproximadamente 50 g e modele em bolinhas. Coloque todas em uma fôrma polvilhada com farinha, deixando espaço de 3 dedos entre cada uma. Deixe em local bem quente (dentro do forno) por 1 hora/1h30min, para fermentar.
Retire, e com a ponta de uma faca bem afiada, faça pequenos cortes na superfície dos pães para decorar(fizemos este desenho: #). Dê acabamento com gema diluída em um pouco de água e leve para assar em forno preaquecido a 180ºC por 15 minutos, ou até dourar. Deixe resfriar em temperatura ambiente.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Bolo de cereja com toffee cremoso
Mega gripe. É só ameaçar uma mudança de tempo e logo vem renite, bronquite, dor de garganta, tosse, alergia à friagem... afe, é só doença de idoso. Nem está frio assim, mas tô espirrando tanto que resolvi me encapotar dos pés à cabeça, com meias e casaco. Só o nariz, vermelho e entupido, despontando. E estou mesmo como uma velhinha, de chinelos cor de rosa, com a xícara fumegando, saboreando minha bebidinha com goles de reflexão.
Gente, essa bebida é tudo de bom para o inverno. Saiu numa antiga Cláudia Cozinha, que guardei para fazer uma hora dessas. Demorou, mas está aprovadíssima. Cremosa, com sabor de caramelo, par perfeito para acompanhar um bolo simples, mas como todo bolo deve ser: macio e úmido. Esse eu adaptei do livro 200 Receitas Incríveis de Bolos e Biscoitos (Sara Lewis, Publifolha). Usando ingredientes como damasco picado, nozes ou figo seco, dá uma excelente receita para as festas de Natal. Tudo bem caseirinho, gente, mas foi tudo o que consegui fazer com as coisas da geladeira e despensa, sem ter de me arrastar até um supermercado... oh, drama!
Bolo de cereja
(12 a 15 pedaços)
200 g de cerejas em calda
175 g de manteiga em temperatura ambiente
150 g de açúcar
Raspas de 1 laranja
3 ovos batidos
225 g de farinha de trigo com fermento
Preparo
Coloque as cerejas em uma peneira, lave e seque com papel-toalha. Parta ao meio 50 g delas e reserve. Pique o restante. Na batedeira, bata bem a manteiga com o açúcar até a mistura ficar clara e cremosa. Na receita dizia 175 g de açúcar, mas sinceramente, achei muito doce. Incorpore as raspas de laranja. Vá adicionando colheradas alternadas dos ovos batidos e da farinha, até obter uma massa uniforme.
Incorpore as cerejas picadas e, se quiser, pode acrescentar passas, nozes picadas... Despeje a massa em uma assadeira redonda untada, de 18 a 20 cm. Eu usei duas fôrmas de bolo inglês, daquelas retangulares, e deu certo. Quem quiser, pode peneirar um pouco de açúcar cristal por cima da massa (para formar aquela crosta dourada). Como eu não estou precisando engordar (mais), pulei essa parte.
Asse em forno preaquecido a 180º C por 40-45 minutos, dependendo do forno, até dourar na superfície e crescer bem. Para saber, basta enfiar um palito no centro da massa, se sair limpinho, é porque o bolo está assado. Espere esfriar e devore.
Toffee Cremoso
(4 xicaras)
1 xícara de açúcar
500 ml de leite
1/4 de xícara de maisena
Noz-moscada ralada a gosto
4 colheres (sopa) de conhaque
Canela em pó para polvilhar
Preparo
Numa panela, coloque o açúcar e leve ao fogo médio até caramelizar. Reserve meio copo de leite para dissolver a maisena. Acrescente o restante do leite na panela sem parar de mexer, até dissolver o caramelo. Você vai sentir aquele aromo delicioso de bala toffee, e parece mesmo que vai formar uma bala endurecida, mas não se preocupe, é só continuar mexendo que a mistura se dissolve.
À parte, misture a maisena com o leite reservado. (A maisena deve ser dissolvida em líquido frio, sempre. Se a colocamos direto no líquido quente, a mistura empelota na hora!). Depois de dissolvida, coloque na panela e deixe ferver até engrossar ligeiramente. Tempere com noz-moscada, junte o conhaque, misture bem e está pronto. Na hora de servir, polvilhe um pouco de canela em pó.
terça-feira, 29 de março de 2011
Atum ao gergelim com cogumelos e cuscuz marroquino
Já imaginou fazer um prato delicioso de peixe, com dois acompanhamentos, e não gastar sequer 30 minutos? Essa é uma receita prática, contemporânea, que agrada pelo visual e pela combinação de ingredientes. Aprendi no curso e já virou sucesso aqui em casa. Bom apetite!
Atum ao gergelim com cogumelos e cuscuz marroquino
(2 porções)
500 g de filé de atum fresco
Sal e pimenta-do-reino para temperar
20 g de gergelim branco
20 g de gergelim preto
Óleo para grelhar
Para os cogumelos
100 g de shiitake fatiado em lâminas
100 g de shimeji
Sal e pimenta-do-reino a gosto
1 dente de alho
Azeite para refogar
2 ramos de cebolinha cortada em rodelas
Para o cuscuz
200 g de cuscuz marroquino
200 ml de água quente
1 cenoura picada
1/2 pimentão vermelho picado
30 g de manteiga sem sal
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Preparo do cuscuz
Comece preparando o cuscuz marroquino. Corte a cenoura e o pimentão em cubos bem pequenos. Branqueie rapidamente (colocar em água fervente por 2 minutos, retirar e colocar na água fria. Escorra os legumes e reserve). Leve a água à fervura, acrescente o sal, a pimenta e a manteiga e retire do fogo. Junte o cuscuz, a cenoura e o pimentão e misture bem. Deixe tampado por 5 minutos para hidratar o cuscuz, até que ele fique macio. Solte os grãos com um garfo.
Preparo dos cogumelos
Em uma frigideira grande, aqueça o azeite e doure o alho picado. Adicione os cogumelos (o shiitake fatiado, sem o talo, e o shimeji basta soltar um a um). Refogue por uns 3 minutos, tempere com sal e pimenta. Junte a cebolinha fatiada e desligue. (Ao invés de azeite, gosto de refogar na manteiga. Mas só uso manteiga se for um refogado rápido, como neste caso. Caso contrário, a manteiga queima e deixa um sabor muito ruim. Eu também gosto de acrescentar umas gotinhas de shoyu nos cogumelos.)
Preparo do atum
Tempere bem os filés com sal e pimenta. Em um prato, coloque o gergelim branco e o preto, misturando. Passe o peixe dos dois lados nessa mistura de grãos, para formar uma crosta. Numa frigideira antiaderente, coloque um fio generoso de óleo e grelhe os filés dos dois lados, até dourar a crosta de gergelim. Controle o tempo de cocção, pois é rápido: o atum deve estar cru por dentro, porém quente. É claro que se você gosta do atum mais cozido, deixe mais tempo, mas a receita original é com o peixe praticamente cru.
Sirva com o cuscuz e os cogumelos. Para mostrar o peixe cru por dentro e dourado por fora, corte o filé ao meio, no sentido do comprimento, mas formando dois triângulos, e monte-os no prato como desejar. (Se necessário, aqueça rapidamente o cuscuz e os cogumelos na hora de servir).
quinta-feira, 24 de março de 2011
Torta de creme com frutas
Quem aprender essa tortinha simples e delicada, nunca mais vai precisar sair correndo pra comprar as tortas padronizadas de padaria... você será capaz de fazer a sua e os amigos irão perguntar onde é que você comprou. A massa é parecida com a da quiche de bacalhau (veja nas postagens de fevereiro), só que leva açúcar. Use as frutas que preferir, cortadas como achar melhor. Eu adoro framboesa, mas fica uma delícia com amora, manga, blueberry, morango... Quem não tiver as mini fôrmas, pode fazer numa fôrma grande, de 25 diâmetros. Se tiver o fundo removível, melhor ainda. Ah, a receita foi testada na aula de Confeitaria, portanto, está aprovada!
Torta de creme com frutas
(8 a 10 tortinhas)
Para a massa
200 g de farinha de trigo
100 g de manteiga sem sal gelada
60 g de açúcar
1 ovo
1 pitada de sal
Para o creme
250 ml de leite
1 gema
1 ovo
55 g de açúcar (3 colheres de sopa + 1 colher de chá)
20 g de maisena
1 colher (chá) de essência de baunilha
20 g de manteiga sem sal gelada
Frutas frescas
3 kiwis
200 g de framboesas
Preparo da massa
Peneirar a farinha em uma vasilha grande e juntar a manteiga em pedaços pequenos. Misture a farinha e a manteiga com a ponta dos dedos, até formar uma farofa uniforme. Acrescente o açúcar e o sal, e por último, o ovo. Continue misturando a massa até ficar lisa e macia. (Não sovar, apenas misture bem os ingredientes). Faça uma bola, enrole em papel fime e leve à geladeira por 40 minutos. Depois, forre as forminhas com a massa (faça isso com as mãos mesmo, a massa é bem maleável) e leve para assar em forno preaquecido a 180ºC, por 20 a 30 minutos, dependendo do forno, até dourar.
Preparo do creme
Ferva metade do leite com a metade do açúcar. À parte, numa vasilha, misture a gema, o ovo, o restante do leite e do açúcar, o amido de milho e a baunilha. Coloque o leite fervente aos poucos na mistura de ovos, volte ao fogo e cozinhe até engrossar o creme, mexendo sem parar para não empelotar. Quando estiver pronto, desligue o fogo e adicione a manteiga gelada. Mexa bem e deixe esfriar com filme plástico sobre o creme (encostando no creme, para não criar película).
Montagem
Espere a massa esfriar, desenforme e espalhe uma camada de creme sobre cada uma das tortinhas. Coloque as frutas frescas que desejar. Eu coloquei kiwi e framboesas. Deixe gelar e sirva. Se quiser, passe um pouco de geléia de brilho sobre as frutas, para que não ressequem (só não coloquem tanto como eu, que exagerei no brilho!!). Deixe na geladeira até a hora de servir.
segunda-feira, 21 de março de 2011
O único homem que entra na minha cozinha
Pausa para lamber a cria...
Pedro, 3 anos, estreando na cozinha. Receita escolhida: Gelatina de morango do Shrek. Subiu no banquinho e mandou ver. Quase não fica pronta, de tanto que abria a geladeira para ver se estava boa. Quando finalmente endureceu, comeu três potinhos de uma vez: "delícia!", aprovou o pequeno.
O pózinho é bem legal |
Formiga igual à mãe |
Nossa, que felicidade! |
Misturando... |
Concentrado! |
A camisa já era... |
Providenciar uma concha menor... |
domingo, 20 de março de 2011
Cozinha tecno-emocional
Um trecho que gostei do livro Herança Culinária e as Bases da Gastronomia Molecular (Hervé This, Editora Senac), do químico francês que explora os fenômenos por trás da preparação dos pratos. Cortei algumas frases para resumir, mas não alterei o sentido, of course!
"Amor, é este o espírito da cozinha. Não entendo por que levei tanto tempo, no início, para compreender isso. Inicialmente, só estudava os aspectos técnicos da cozinha; depois, um dia, graças ao convívio com cozinheiros de talento, compreendi, primeiro, que existia uma arte que tinha por nome arte culinária e, em seguida, que a arte estava bem acima da técnica.
Fazer com que um suflê fique bem crescido é certo, mas se o suflê não estiver "bom", não vale nada. Aí, então, entra a questão do "bom". O bom é o belo para comer, e o belo (sempre para comer, não para ver: não se trata de pintura, tampouco de escultura), não é uma questão técnica, porém de estética. Entendo por estética a parte da filosofia que trata da teoria do belo, não o belo para se ver. E, para se fazer o belo, não há receitas, apenas reflexões são possíveis.
Voltando ao assunto, é preciso dar gosto ao suflê, e muito antes de lhe dar volume. Finalmente, há o amor. Dar de comer é dar felicidade aos outros. Nada de lipídios, proteínas. O melhor dos suflês, tanto em termos nutricionais quanto em termos artísticos, aliás, não terá nenhum valor se for apresentado de qualquer jeito aos convivas. E uma refeição compartilhada com pessoas desagradáveis nunca será boa. Em compensação, um sanduíche com bons amigos é uma felicidade perfeita.
E nossas avós, cuja cozinha tanto apreciamos, não eram técnicas muito boas, mas o que davam era, principalmente, amor. Sim, a cozinha é antes de mais nada amor; e somente depois, arte; e em seguida, técnica."
"Amor, é este o espírito da cozinha. Não entendo por que levei tanto tempo, no início, para compreender isso. Inicialmente, só estudava os aspectos técnicos da cozinha; depois, um dia, graças ao convívio com cozinheiros de talento, compreendi, primeiro, que existia uma arte que tinha por nome arte culinária e, em seguida, que a arte estava bem acima da técnica.
Fazer com que um suflê fique bem crescido é certo, mas se o suflê não estiver "bom", não vale nada. Aí, então, entra a questão do "bom". O bom é o belo para comer, e o belo (sempre para comer, não para ver: não se trata de pintura, tampouco de escultura), não é uma questão técnica, porém de estética. Entendo por estética a parte da filosofia que trata da teoria do belo, não o belo para se ver. E, para se fazer o belo, não há receitas, apenas reflexões são possíveis.
Voltando ao assunto, é preciso dar gosto ao suflê, e muito antes de lhe dar volume. Finalmente, há o amor. Dar de comer é dar felicidade aos outros. Nada de lipídios, proteínas. O melhor dos suflês, tanto em termos nutricionais quanto em termos artísticos, aliás, não terá nenhum valor se for apresentado de qualquer jeito aos convivas. E uma refeição compartilhada com pessoas desagradáveis nunca será boa. Em compensação, um sanduíche com bons amigos é uma felicidade perfeita.
E nossas avós, cuja cozinha tanto apreciamos, não eram técnicas muito boas, mas o que davam era, principalmente, amor. Sim, a cozinha é antes de mais nada amor; e somente depois, arte; e em seguida, técnica."
sábado, 19 de março de 2011
Petiscos para dias de jogo (parte I)
Parece difícil, né? Fiz uma porção desse petisco delicioso em 20 minutos. São camarões grandes empanados no macarrão bifun (aquele macarrão branco, fininho, usado na culinária japonesa). Mais uma que aprendi na aula de peixes e que entrou para minha lista de favoritas. Estou criando uma listinha de receitas para fazer nos dias de jogos (aqueles em que sua casa fica cheia de gente bebendo cerveja, comendo salgadinho de pacote e amendoim). Viu como dá para preparar algo mais elaborado sem ter muito trabalho? Esse é só o primeiro, vem muito mais por aí... A receita é para 4 camarões, mas dependendo da quantidade que irá fazer, e garanto que será um sucesso, é só aumentar, proporcionalmente, as quantidades de clara de ovo, farinha de trigo e macarrão de arroz. Para a fritura ficar dourada e sequinha, o segredo é usar bastante óleo (o suficiente para que os petiscos fiquem imersos na gordura, que deve estar bem quente). Depois é só abrir a cerveja.
Camarões empanados
(rende 4 unidades)
80 g de macarrão de arroz (bifun)
4 camarões grandes
Sal e pimenta do reino a gosto
1/2 alho bem picado
1 clara
30 g de farinha de trigo
4 palitos
400 ml de óleo
Preparo
Coloque o macarrão em água fervente por cerca de 2 minutos. Escorra, passe por água fria e reserve.
Limpe os camarões, tempere-os com sal, alho e pimenta e espete o palito no camarão, atravessando toda sua extensão. Se não colocar o palito, o camarão encolhe e se enrola quando entrar na gordura quente. O palito serve para deixá-lo o mais esticado possível. Espete em cada um deles.
Coloque a clara em um recipiente e junte a farinha aos poucos, mexendo até obter uma pasta grossa. Passe cada camarão nessa pasta.
Estique o macarrão bifun numa tábua e coloque o camarão sobre ele. Vá enrolando o bifun, envolvendo todo o camarão como se fosse um rolinho. Faça isso com cada um deles.
Esquente bem o óleo e frite-os rapidamente, até dourar, por cerca de 2 minutos. Eles incham, ganham corpo com o macarrão frito.
Escorra em papel absorvente, não esqueça de tirar o palito de dentro do camarão e sirva quente para a fritura não murchar.
Para o molho
Não é necessário servir com molho, mas fiz um molhinho oriental que ficou muito bom. Misturei duas partes de shoyo com uma de mirin (encontrado na seção de produtos orientais), coloquei um pouco de açúcar mascavo, suco e raspas de 1 limão. Eram os ingredientes que eu tinha em casa, e fui colocando as quantidades a olho, testando até obter o sabor que mais me agradou. Simples assim.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Camarões ao curry
Como prometido, mais uma receita fácil e gostosa que aprendi na aula de Peixes e Frutos do Mar. Não precisa de mais nada além do arroz. O curry, uma mistura de ervas e especiarias muito usada na Índia, se encarrega de dar cor e sabor ao prato. E o amendoim triturado dá aquela crocância ao arroz. Só uma dica: não deixe de usar as cascas e cabeças dos camarões para realçar o molho. Depois de extrair todo o sabor delas, basta coar o caldo. Na primeira vez, fiz desse jeito e ficou delicioso. Depois, comprei o camarão já descascado congelado, e não tive como usar as cascas... faltou sabor!
Tá, tudo bem se você não quer ter o trabalho de limpar em casa (embora não tenha segredo algum). Mas então, peça para o peixeiro separar as cabeças e cascas para você incrementar o molho, ok?
Camarões ao curry
(2 porções)
16 a 20 camarões grandes com casca
30 ml de azeite
1 cebola pequena picada
1 alho picado
30 ml de conhaque
300 ml de água
1 colher (chá) de curry em pó
200 ml de creme de leite fresco
Sal e pimenta-do-reino a gosto
100 g de amendoim torrado triturado
Preparo do camarão
Retire as cascas e cabeça do camarão. Não jogue-as fora, reserve para dar sabor ao molho.
Tempere os camarões com sal e pimenta-do-reino a gosto. Em uma panela, coloque um fio de azeite e salteie os camarões rapidamente dos dois lados, somente até pegarem uma cor rosa. (Se fritar muito, eles ficam borrachudos). Retire da frigideira e reserve-os.
Na mesma frigideira, coloque o restante do azeite e refogue a cebola e o alho. Acrescente as cascas e as cabeças dos camarões, bem picadas. Deixe pegar cor. Flambe com o conhaque, acrescente a água e deixe reduzir a 1/3 do volume, até formar um caldo concentrado e aromático.
Adicione o curry e coe. Volte para a panela, acrescente o creme de leite fresco e deixe reduzir em fogo baixo, até ficar ligeiramente encorpado. (Deixei 20 minutos no fogo mínimo). Adicione os camarões e aqueça rapidamente, por cerca de 1 minuto. Sirva com o arroz.
Para o arroz de amendoim
Prepare o arroz como de costume. Junte o amendoim triturado (pode ser no liquidificador ou no processador) e misture bem. Sirva como acompanhamento dos camarões ao molho curry.
domingo, 13 de março de 2011
E a salada é cortesia!
O sabor lembra a comida de casa, mas com um visual bem mais caprichado que o da nossa mãe, que não era da época em que a comida tinha de ser saboreada primeiro com os olhos. A saladinha da foto é servida na La Chocolaterie Café e Bistrô, na Vila Leopoldina. O local é pequeno, com apenas dezoito lugares, e no almoço de segunda a sábado, você escolhe o prato (entre massas, carnes e aves) e ganha a salada de entrada! A receita muda todo dia, de acordo com o que o chef Walter Bueno encontra no mercado. Esta, por exemplo, é de vegetais marinados em molho de azeite, alho e limão. Simples e gostosa. Entre as massas, o nhoque recheado de catupiry, a mezzaluna de mussarela de búfala e o torteli de carne-seca são boas pedidas. Os carnívoros preferem picadinho de mignon ou o farto bife de contra-filé acebolado, com couve, arroz e farofa. Para encerrar, não deixe de provar os chocolates (trufas e bombons) ou o brownie feito com chocolate 70% cacau. Aí vai o preparo da salada:
(4 porções)
Marinada
250 ml de azeite (pode usar óleo e azeite em partes iguais, se preferir)
2 dentes de alho
Suco de 2 limões
Sal a gosto
Água (se necessário)
Folhas de manjericão
Preparo: Bata bem no liquidificador todos os ingredientes, menos o manjericão. Se a mistura ficar muito densa, acrescente um pouco de água, se quiser. Coloque em um recipiente, junte os todos os vegetais já cortados, as folhas de manjericão, cubra com filme plástico e deixe na geladeira de um dia para o outro para intensificar o sabor.
Para os vegetais marinados:
1/2 abóbora japonesa
4 talos de vagem
1 abobrinha
Preparo: Descasque a abóbora e corte em cubos pequenos. Lave bem as vagens e corte-as em pedaços pequenos, do mesmo tamanho da abóbora. Fatie a abobrinha em rodelas bem finas. Coloque a abóbora, a vagem e a abobrinha (separadamente) em água fervente para que cozinhem um pouco, mas que fiquem al dente (ainda firmes, sem desmanchar). Reserve.
Montagem:
1 pé de alface americana
1 cenoura
1/4 de beterraba
8 tomates cereja
Corte a beterraba em fatias finas. Se tiver um cortador de legumes, tire finas lascas da cenoura. Arrume nos pratos as folhas de alface, a beterraba, a cenoura, e acrescente os vegetais marinados. Use o próprio molho da marinada para temperar. Junte os tomates cereja e sirva.
La Chocolaterie: Rua Nanuque, 332, Vila Leopoldina. http://www.lachoco.com.br/
terça-feira, 8 de março de 2011
Robalo em crosta de ervas ao molho de laranja e purê de maçã
Carnaval é festa para uns e período de hibernação para outros. Eu me encaixo no segundo grupo. Mesmo com a preguiça insistindo em tomar cada centímetro do meu corpo, consegui largar o controle remoto para preparar esta receita com cara de verão -- já que ele resolveu debandar antes do tempo. Daquele jeito que eu gosto e prometi postar aqui: simples, gostosa, criativa, dando pinta de que me tomou a manhã inteira para fazer, mas só levou uma hora. Esse é mais um prato que fizemos na aula de Peixes e Frutos do Mar, testado e aprovado. O purê de maçã cai bem com peixes de sabor delicado, como o robalo. Se quiser usar salmão, o purê de mandioquinha vai melhor. Eu não tinha a tranche de robalo (leia mais no final da receita), então fiz com o filé mesmo. O molho de laranja combina perfeitamente com esse peixe, e o Sergio (que detesta mel em qualquer contexto), nem percebeu a presença dele no prato. Testem e depois me digam se não é simples... se eu consegui fazer, qualquer um consegue!
Robalo em crosta de ervas ao molho de laranja com purê de maçã
(2 porções)
2 tranches de robalo
2 fatias de pão de forma branco sem casca
Raspas de 1 limão
Dill fresco a gosto (coloquei uns 5 raminhos)
1 talo de cebolinha fatiado fino
30 ml de azeite extravirgem
Sal e pimenta a gosto
Suco de 2 laranjas
20 ml de mel
30 g de manteiga sem sal
2 maçãs verdes
15 g de manteiga sem sal (1 colher de sopa)
Mel a gosto (coloquei 2 colheres de sopa)
Preparo da crosta de ervas: Faça uma farofa com o pão de forma, passando pela peneira. Acrescente as ervas bem picadas, as raspas de limão, o azeite, o sal e a pimenta. Misture bem e reserve.
Preparo do robalo: Tempere o peixe com sal e pimenta. Coloque a farofa sobre a parte superior do robalo e leve ao forno preaquecido a 180ºC por 20 minutos, ou até que o robalo esteja cozido (depende do tamanho da tranche). Respeite o tempo de cozimento e não fique esperando o peixe ficar dourado, pois ele não fica! Ele deve estar úmido por dentro, e se cozinhar demais, ficará ressecado e sem sabor.
Preparo do molho: Faça um suco com as duas laranjas e coe. Em uma frigideira, aqueça o suco com o mel (pode colocar menos mel, se quiser). Deixe o molho reduzir um pouco, por 5 a 10 minutos, e junte a manteiga bem gelada. Mexa bem e rápido. A manteiga dará consistência e brilho ao molho. Sirva com o peixe.
Preparo do purê: Descasque as maçãs, retire as sementes, corte em cubos médios e coloque-as numa panela com pouquíssima água. Cozinhe até que fiquem macias, cuidado para não secar a água. Passe as maçãs ainda quentes na peneira e adicione o mel. Finalize o purê com 1 colher de sopa de manteiga bem gelada. Misture bem e sirva quente, acompanhando o peixe.
AH, É IMPORTANTE SABER:
- Tranche é como se chama cada uma das porções de um filé, ou seja, são cortes transversais do filé de um peixe grande, como é o caso do robalo. Muita gente confunde a tranche com a posta, mas a posta é o corte transversal do peixe inteiro (e não cortado em filés), e geralmente vem com a espinha dorsal. Lembra como é a posta de cação ou de salmão? Tudo bem, parece confuso, mas fica fácil quando visualizamos. Na hora de comprar, peça para o peixeiro mostrar como ele corta, e quem mora em São Paulo, vale a pena dar uma voltinha pelo Ceagesp ou pelo Mercadão, conhecer os peixes e seus tipos de cortes... um programão!
sexta-feira, 4 de março de 2011
Tartar de salmão com manga ao molho de balsâmico
Tava com uma vontade enorme de comida japonesa, mas com essa chuva incessante, friozinho fora de época e sendo véspera de Carnaval, quem quer sair de casa? Aí tive a idéia de fazer um tartar de salmão que aprendi na aula de Peixes e Frutos do Mar -- que está excelente, por sinal. Descongelei um pedaço de salmão guardado para emergências e matei a vontade. A receita leva alcaparras, que nunca tenho em casa, mas fiz assim mesmo. Deu certo, mas confesso que senti falta do toque picante delas.
Se a idéia é impressionar o (a) namorado (a), essa é uma receita que indico. Sabe aqueles pratos fáceis mas com jeitão de sofisticados e que aparentam exigir uma técnica toda especial para fazer? Pois então, o segredo aqui são dois: uma faca bem afiada e um aro de inox (para empilhar as camadas do tartar sem que elas despenquem). Simples assim. E cá pra nós, montar camadas de peixe cru dentro de um aro e fazer desenhos no prato com o molho pode ser divertido à beça.
O tartar é uma entradinha bem leve, refrescante, servida gelada. Apenas o molho deve estar em temperatura ambiente. Agora chega de embromação e vamos à receita:
Tartar de salmão com manga ao molho de balsâmico
(2 porções)
Para o tartar
150 g de salmão fresco
20 ml de azeite extravirgem
5 g de alcaparra (5 ou 6 unidades)
3 ramos de dill fresco
2 ramos de cebolinha
Molho de pimenta a gosto
Sal e pimenta do reino a gosto
1/2 manga
Preparo
Deixe a alcaparra de molho em água por alguns minutos para dessalgar. Em uma tábua, pique o salmão em cubinhos com uma faca afiada. Pique bem o dill, a cebolinha e a alcaparra e misture tudo com o azeite e o salmão picado. Tempere com sal, pimenta e um pouco de molho de pimenta (coloquei uma colher de chá). Deixe na geladeira até a hora de montar. Corte a manga em cubinhos e reserve na geladeira também.
Montagem
Com a ajuda de um aro de 8 cm de diâmetro, faça camadas alternadas de salmão e de manga, terminando com o salmão. Sirva com o molho de vinagre balsâmico.
Para o molho
70 ml de vinagre balsâmico
40 ml de água
30 g de açúcar
Preparo do molho
Leve ao fogo baixo todos os ingredientes, misture bem e deixe reduzir até conseguir um molho espesso. Para essa quantidade de líquido, deixei 7 minutos até o molho ficar encorpado. Menos que isso fica líquido demais, e se passar muito do tempo, encorpa muito e fica um caramelo grosso, o que não é legal. Então, deixe o fogo baixinho e vá testando com paciência o ponto do molho. Outra dica: depois de pronto, coloquei o molho numa bisnaga (dessas de colocar mostarda e ketchup) e deixei esfriar. É bem mais fácil decorar o prato usando essas bisnagas.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Cozinha meditativa
Comer é um ato social, com toda certeza. Poucas coisas como a comida (ou a fome) conseguem agrupar pessoas tão diferentes, tão sem objetivos em comum, em torno de um propósito que tem, inevitavelmente, um fim curioso: "a apreciação que exige a destruição do apreciado", como define o escritor e bom de garfo Luís Fernando Veríssimo, em O Clube dos Anjos.
Ok, a comida é mesmo um ótimo pretexto para aproximar pessoas, mas por outro lado, acredito que o processo de cozinhar é solitário, não tem jeito. Podemos compartilhar uma receita, seus ingredientes e quantidades, mas o preparo tem uma particularidade difícil de transmitir. Cada um cozinha no seu tempo. Alguns segundinhos a mais refogando, salteando, reduzindo, e o sabor, a textura, tudo vai sutilmente se transformando. Experimente dar a mesma receita para dez pessoas reproduzirem, e você terá dez pratos diferentes. A sua pitada é diferente da minha, tanto quanto o seu jeito de mexer a panela, de envolver os ingredientes. Sei lá, é outra energia. São as idiossincrasias da cozinha, não há como explicar. Até mesmo os cheiros são únicos. Minha avó Neusa fazia um bife acebolado de sabor e aroma incomparáveis. É uma das coisas dela que mais sinto falta. É esse ingrediente a mais, que não está na receita, que fazia toda a diferença. Eu chegava da escola e ao colocar o pé na porta já sabia, pelo cheiro da comida, que era ela, e não minha mãe, quem estava no comando das panelas.
Cozinhar pede calma, carinho, paciência. Combina com silêncio. Ou, pelo menos, assim deveria ser. E o mais bacana é dividir as experiências, tanto as bem-sucedidas quanto as que desandam, por que não? Aqui tem espaço para os que gostam de experimentar sem medo de errar o tempero. Para quem acredita que cozinhar pode ser a melhor terapia.
Ok, a comida é mesmo um ótimo pretexto para aproximar pessoas, mas por outro lado, acredito que o processo de cozinhar é solitário, não tem jeito. Podemos compartilhar uma receita, seus ingredientes e quantidades, mas o preparo tem uma particularidade difícil de transmitir. Cada um cozinha no seu tempo. Alguns segundinhos a mais refogando, salteando, reduzindo, e o sabor, a textura, tudo vai sutilmente se transformando. Experimente dar a mesma receita para dez pessoas reproduzirem, e você terá dez pratos diferentes. A sua pitada é diferente da minha, tanto quanto o seu jeito de mexer a panela, de envolver os ingredientes. Sei lá, é outra energia. São as idiossincrasias da cozinha, não há como explicar. Até mesmo os cheiros são únicos. Minha avó Neusa fazia um bife acebolado de sabor e aroma incomparáveis. É uma das coisas dela que mais sinto falta. É esse ingrediente a mais, que não está na receita, que fazia toda a diferença. Eu chegava da escola e ao colocar o pé na porta já sabia, pelo cheiro da comida, que era ela, e não minha mãe, quem estava no comando das panelas.
Cozinhar pede calma, carinho, paciência. Combina com silêncio. Ou, pelo menos, assim deveria ser. E o mais bacana é dividir as experiências, tanto as bem-sucedidas quanto as que desandam, por que não? Aqui tem espaço para os que gostam de experimentar sem medo de errar o tempero. Para quem acredita que cozinhar pode ser a melhor terapia.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Quiche de bacalhau
Estou ficando boa nas quiches, tanto que já recebo encomendas. Esta de bacalhau eu fiz para o aniversário de uma amiga, que ainda pediu ricota com espinafre e a clássica lorraine (queijo gruyère com bacon). Adoro vê-las saindo do forno, com essa crosta dourada, e fico imaginando a combinação de recheio cremoso com a massa esfarelando na boca... humm! O bacana é criar novos sabores e colocar o que a pessoa quiser no recheio, ou seja, personalizar a quiche. Se ela pedir abóbora com queijo coalho (nunca fiz, tá!) dá certo, e é até possível que fique bom. Agora dou minha receitinha muitas vezes testada:
QUICHE DE BACALHAU
(8 porções)
PARA A MASSA
220 g de farinha de trigo
110 g de manteiga congelada
1 ovo
1 colher (sopa) de água gelada
Pitada de sal
PARA O RECHEIO
400 g de bacalhau em lascas (pode ser Saithe ou Zarbo)
1 cebola picada
1 dente de alho
Salsinha e cebolinha a gosto
Sal e pimenta-do-reino a gosto
3 ovos
300 ml de creme de leite fresco
PREPARO DA MASSA: em uma tigela, misture a farinha de trigo, o sal e a manteiga cortada em pedaços pequenos. Use só a ponta dos dedos para obter uma massa esfarelada. Junte o ovo e, se necessário, água para dar liga. Não é preciso sovar, só misture bem e forme uma bola. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos. Retire da geladeira e com a ajuda de um rolo, coloque a massa numa forma de fundo removível de 26 cm de diâmetro. Faça furos com um garfo e leve para pré assar em forno preaquecido a 200ºC, por 5 a 10 minutos.
PREPARO DO RECHEIO: deixe o bacalhau dessalgar por 8 a 12 horas na geladeira, trocando de água na metade do tempo. Escorra e desfie. Em uma frigideira grande, refogue a cebola e o alho no azeite e acrescente o bacalhau desfiado. Deixe dourar um pouco e tempere com sal e pimenta. Desligue o fogo e junte a salsa e a cebolinha cortadas. À parte, misture bem os ovos com o creme de leite fresco. Reserve.
MONTAGEM: Coloque o recheio sobre a massa pré assada. Despeje a mistura de ovos e creme de leite sobre o bacalhau e leve ao forno preaquecido a 180ºC por cerca de 40 minutos ou até o recheio firmar e a superfície dourar. Dica: sirva com salada.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Nhoc, nhoc, nhoque!
Sabe aquele prato único, que dispensa acompanhamentos, fácil, que todo mundo adora e quer repetir? É o nhoque. Quando sobra batatas e tomates na geladeira, é a receita que tiro da manga para facilitar a vida na cozinha. Vai bem com o clássico molho de tomates e manjericão fresco (que pego do quintal), só com manteiga e sálvia, ou ainda, com um mix de cogumelos salteados no azeite. E se preferir mandioquinha, fica tão bom quanto com a batata. Dica: não exagere na farinha de trigo para não deixar a massa pesada. Sei que dá vontade de aumentar a quantidade, pois a massa fica mole e grudenta (ainda mais com o calorão que anda fazendo em São Paulo). Mas é assim mesmo. Basta enfarinhar bem as mãos e a bancada que dará certo, tenha fé.
A proporção deve ser de 1 para 5, ou seja, cinco partes de batata (ou mandioquinha) para uma de farinha. Outra dica: não sove a massa, apenas misture bem os ingredientes. Quanto menos manipular, mais leve ficará. Além do molho de tomate, dá para variar a receita com outro molho rápido e sofisticado: um mix de cogumelos paris, shiitake e shimeji!
Nhoque de batata ao molho de tomates frescos
(2 porções)
(2 porções)
500 g de batatas
100 g de farinha de trigo
100 g de farinha de trigo
1 gema de ovo
Sal a gosto
Pitada de noz moscada
Queijo parmesão ralado na hora para polvilhar
Preparo
Cozinhe as batatas com casca e amasse-as ainda quentes. A esse purê, acrescente os demais ingredientes, sendo a farinha por último (aos poucos, até dar liga). Apenas misture tudo muito bem, não sove a massa.
Enfarinhe bem as mãos e polvilhe uma superfície com um pouco de farinha. Forme rolos com a massa e corte no tamanho desejado.
Preparo
Cozinhe as batatas com casca e amasse-as ainda quentes. A esse purê, acrescente os demais ingredientes, sendo a farinha por último (aos poucos, até dar liga). Apenas misture tudo muito bem, não sove a massa.
Enfarinhe bem as mãos e polvilhe uma superfície com um pouco de farinha. Forme rolos com a massa e corte no tamanho desejado.
Leve uma panela com bastante água com sal para ferver e coloque os nhoques aos poucos para cozinhar. Estão prontos assim que subirem à superfície. Sirva em seguida com o molho de tomates frescos.
Molho de tomates frescos
700 g de tomates maduros mas firmes
30 ml de azeite
50 g de cebola picada
1 dente de alho picado
30 g de extrato de tomate
250 ml de fundo (caldo) de legumes
2 ramos de manjericão
1 folha de louro
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Preparo
Faça um bouquet amarrando o manjericão e o louro. Tire a pele e sementes dos tomates e corte-os em cubos. Salteie a cebola e o alho no azeite. Junte o extrato de tomate e deixe caramelizar. Acrescente os tomates em cubos, o fundo de legumes e o bouquet de ervas.
Cozinhe em fogo baixo por 20 minutos ou até encorpar. Retire as ervas e ajuste os temperos. Sirva com o nhoque.
Mix de cogumelos
100 g de cogumelos paris
100 g de cogumelos shiitake
100 g de cogumelos shimeji
50 ml de azeite
50 ml de azeite
1 dente de alho bem picado
Sal e pimenta-do-reino moída a gosto
Preparo
Limpe os cogumelos apenas com papel absorvente (os cogumelos não devem ser lavados pois absorvem muita água). Corte os cogumelos paris e shiitake em lâminas finas, e apenas solte os cogumelos shimeji. Aqueça o azeite e salteie o alho picado.
Coloque todos os cogumelos e refogue rapidamente, até murcharem um pouco. Ajuste o tempero.
Junte o nhoque, envolva bem com o mix de cogumelos e sirva imediatamente.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Tortéis de abóbora
A gente cresce ouvindo que fazer massa fresca é difícil e dá trabalho. Isso é verdade se você precisa cozinhar para um batalhão. E, na verdade, o maior trabalho é limpar a sujeira depois. Mas fazer uma receita para até quatro pessoas é possível: encare como uma atividade lúdica. Eu só não arriscaria abrir a massa com o rolo, o que exige um esforço e tanto para deixá-la fininha como deve ser. Melhor se você tiver um cilindro para massas, manual mesmo, que não custa caro e resolve a vida num minuto. Fizemos os Tortéis Recheados com Moranga na aula de Cozinha Regional Brasileira. Delícia de receita do sul do Brasil, que mostra a influência européia nessa região, e surpreende quem pensa que lá embaixo só se come churrasco, barreado e arroz de carreteiro. A Mari, com quem divido o fogão na aula, fotografou os tortéis pelo celular. Fica bom com esse molho rústico de tomates, mas quem preferir pode fazer um rápido molho de manteiga com sálvia. O recheio é bom demais, dá vontade de comer às colheradas!
Tortéis recheados com moranga
Tortéis recheados com moranga
(2 porções)
Massa
200 g de farinha de trigo
2 ovos médios
15 ml de azeite de oliva
sal a gosto
Recheio
200 g de abóbora moranga limpa em pedaços
50 g de manteiga sem sal
40 ml de mel
Sal e pimenta-do-reino moída a gosto
uma pitada de noz moscada ralada
Molho
4 tomates italianos sem sementes em cubos
50 ml de azeite extravirgem
2 alhos picados
Sal e pimenta-do-reino moída a gosto
2 ramos de manjericão
Preparo da massa: numa tigela misture a farinha, os ovos, o azeite e o sal. Misture bem os ingredientes e sove a massa até ficar lisa e elástica. Cubra e deixe descansar por 30 minutos.
Preparo do recheio: numa panela aqueça a manteiga e adicione a abóbora. Cozinhe com um pouco de água até ficar macia. Não deixe juntar água. Acrescente o mel, a noz moscada e a pimenta. Reserve.
Preparo dos tortéis: abra a massa no cilindro até ficar com um espessura fina. Com a ajuda de um aro, corte círculos no tamanho desejado. Recheie (não coloque muito recheio) e feche as bordas com um garfo. Cozinhe em água fervente e salgada. Reserve.
Preparo do molho: numa panela refogue o alho no azeite e adicione os tomates em cubos. Deixe cozinhar um pouco. Adicione as folhas de manjericão e ajuste o sal. Se precisar, acrescente um pouco de água ou fundo de legumes e deixe cozinhar um pouco para o molho encorpar. Arrume os tortéis num prato, coloque o molho por cima e sirva imediatamente.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
E tudo começou assim
Jornalista que escrevia sobre comida se apaixonou pelo seu objeto de trabalho. Querendo saber tudo sobre ele – o que é típico em início de paixões – matriculou-se num curso de gastronomia e descobriu que se tratava mesmo de amor.
Se eu disser que cozinho desde criancinha, que mal alcançava a mesa mas já tinha um banquinho para ajudar minha avó a rechear ravióli, e ainda menina já sabia diferenciar alecrim de tomilho, é mentira.
Também não importa. Um poema de Drummond, Amor e Seu Tempo, diz que o amor é privilégio de maduros. É lindo, e termina assim: “Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde.” Então tá.
O blog surgiu como um hobby, uma desculpa para satisfazer vários desejos: escrever, pesquisar, cozinhar, fotografar, viajar, trocar idéias, reunir amigos, conhecer pessoas interessantes. A comida está em todo lugar... nos livros, no cinema, no imaginário de cada um. Com certeza, assunto não irá faltar.
Se eu disser que cozinho desde criancinha, que mal alcançava a mesa mas já tinha um banquinho para ajudar minha avó a rechear ravióli, e ainda menina já sabia diferenciar alecrim de tomilho, é mentira.
Também não importa. Um poema de Drummond, Amor e Seu Tempo, diz que o amor é privilégio de maduros. É lindo, e termina assim: “Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde.” Então tá.
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